Serviços

Consulta do Sono – Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . 60€
Consulta de recolha de informação sobre a situação em causa e devolução de estratégias combinadas com os pais, para que autonomamente apliquem em casa

Consulta do Sono – Acompanhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50€
Consulta de recolha de informação sobre como se encontra a situação actual e,
em caso de necessidade, ajustar ou reforçar as estratégias

Consulta do Sono – Domicílio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  100€
Deslocação da psicóloga a casa dos pais após consulta de diagnóstico, quando o técnico ou os pais sentirem essa necessidade, para observação da interacção
pais-bebé, melhor compreensão do problema em causa e implementação
conjunta com os pais do plano definido

Pack Consulta Diagnóstico + Acompanhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90€

Pack Consulta Diagnóstico + Domicílio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140€

4 sessões de acompanhamento ao recém nascido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120€
Encontros na clínica, com a psicóloga ou conselheira da amamentação, para dar apoio aos pais e sugerir estratégias, nos primeiros meses do seu bebé, no sentido
de compreender o sono, a alimentação e o comportamento da criança

Consulta de psicologia da criança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60€
Workshops . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . variável

 

Todas as consultas e acompanhamentos são feitos por uma psicóloga clínica especializada no sono do bebé e da criança.

Devem os irmãos dormir no mesmo quarto?

Embora não seja uma regra obrigatória para todas as casas, a minha resposta seria sim. Os pais normalmente têm esta dúvida mais pela questão do sono. Pensam muitas vezes que o facto de partilharem o mesmo espaço na hora de dormir vai dificultar o adormecer e, pior ainda, quando algum dos filhos acorda durante a noite vai naturalmente acordar o outro. Na maior parte dos casos concordo com a primeira parte, mas não com a segunda. Ou seja, é natural que quando os irmãos vão para a cama tenham a tentação de brincar o último bocadinho do dia, ou aproveitar para porem a conversa em dia. Mas este processo é tão ou mais importante que o tempo que passam juntos durante o dia. É um momento muito cúmplice, sem a presença de adultos. Este tempo favorece bastante a relação fraternal, onde têm tempo para aumentar o companheirismo e a proximidade. É certo que também é importante, nós pais, não deixarmos que este tempo de interacção se estenda pela noite dentro. Podemos ir controlando com uns “shius”, “já chega de conversa, agora é para dormir”, mas eles acabam por adormecer, e não é tão bom vermos os nossos filhos a serem amigos? Outro argumento que gosto de utilizar é a securização que cada irmão dá ao outro por estar ao pé dele. O facto das crianças saberem que não estão sozinhas dentro do quarto deixa-as tranquilas e facilita a tarefa de fechar os olhos, num momento do dia tão assustador. Não nos podemos esquecer que adormecer é das tarefas mais difíceis para uma criança, porque normalmente está sozinha, no escuro, e com uma imaginação muito fértil. É quando surgem os medos e as figuras aterrorizadoras. Se tiver companhia mais facilmente adormece a pensar na conversa ou nas brincadeiras que teve quando já estava na cama.

Se por acaso algum dos filhos acordar a meio da noite, seja a chorar ou a chamar os pais, pode naturalmente acordar o irmão. Mas, normalmente, as crianças habituam-se rapidamente a ignorar este som durante a noite, e aprendem a não acordar também. Podemos aproveitar o facto de ter um dos filhos a dormir, para usar como exemplo para o que acordou. Mostrar que o irmão está a dormir, e que os pais também precisam de o fazer. O que acordou deve então adormecer como o irmão. Se, ainda por cima for o mais velho que está a dormir, melhor! Pois os mais novos querem sempre imitar os mais velhos, ser crescidos como eles. Podemos então aproveitar este exemplo para vangloriar o mais velho e incentivar o mais novo a fazer igual a ele. Assim todos ganham: o mais velho ensina o mais novo a dormir a noite toda, sentindo-se valorizado e útil, e o mais novo faz companhia ao mais velho, ajudando-o a sentir-se acompanhado e com menos medos.

Para além de tudo isto, os nossos filhos ganham um quarto de brincadeiras. Este espaço pode assim estar organizado por áreas, dependendo do tipo de brincadeira, permitindo também ajudá-los a organizarem-se pelo tipo de tarefa. Assim sendo, evitamos também a presença de brinquedos noutras divisões da casa, como o nosso quarto ou a sala.

Como dizia no princípio, não é uma regra para todas as casas. É importante que seja tida em conta a idade das crianças em causa. Chega a uma altura em que é importante que os adolescentes tenham privacidade, e um espaço adequado para estudar. Quando o seu filho começar a exigir muito um quarto só para ele, deve ser repensada esta partilha. Ou mesmo se os seus filhos tiverem idades muito distantes, já não fará tanto sentido juntá-los, pois têm certamente necessidades diferentes.

DEIXAVA O SEU FILHO A TARDE TODA SEM COMER? E ENTÃO SEM DORMIR?

Quantas vezes ouvimos “tinha tantas coisas para fazer que não consegui mesmo que fizesse as sestas” , “foi dormindo 10 minutos no carrinho, mais 15 no carro, mais um bocadinho ao meu colo… ” “é tão difícil para adormecer e acorda tantas vezes durante a noite, não percebo porquê”.

Pensámos que uma maneira de tentar explicar aos pais porque é que é tão importante este sono do dia, era fazermos um exercício.

Imaginem esta história:

” Então hoje acordou bem disposto, dei-lhe de mamar. Mamou lindamente. Vesti-o e fomos os dois passear. Quando chegou a hora de almoçar não tive mesmo tempo para parar por isso acabei por dar-lhe ali no carro, só dois minutos e parei. Ficou a meio mas pelo menos comeu qualquer coisinha. Continuámos o nosso passeio mas à tarde já estava rabujento, o problema é que eu tinha mesmo que ir ao dentista aquela hora. Estava todo irrequieto enquanto esperávamos pela minha vez na sala de espera. Consegui dar-lhe 4 colheres de papa mas chamaram-me a meio e tivemos que entrar. Não consegui mesmo dar-lhe o resto. Quando chegámos a casa estava mesmo mesmo rabugento, coitadinho não comeu nada desde o pequeno almoço. O jantar foi um caos e acordou a noite toda para mamar.”

Estranho não é?
Mas e se em vez de falarmos de comer estivessemos a falar de dormir?

” Então hoje acordou bem disposto, dei-lhe de mamar. Brincámos um bocadinho e pu-lo a dormir. DORMIU lindamente. Vesti-o e fomos os dois passear. Quando chegou a HORA DA SESTA não tive mesmo tempo para parar por isso acabou por DORMIR 10 MINUTOS ALI NO CARRO. Tive que o acordar porque estava atrasada para um almoço mas pelo menos DORMIU qualquer coisinha. Continuámos o nosso passeio mas à tarde já estava rabujento, o problema é que eu tinha mesmo que ir ao dentista aquela hora. Estava todo irrequieto enquanto esperávamos pela minha vez na sala de espera. Consegui ADORMECE-LO AO COLO E DORMIU MAIS 15 MINUTOS mas chamaram-me e tivemos que entrar. Não consegui mesmo MANTE-LO A DORMIR. Quando chegámos a casa estava mesmo mesmo rabugento, coitadinho não dormiu o dia todo. O jantar foi um caos, comeu pouqissimo e acordou a noite toda, NÃO PERCEBO PORQUÊ .”

Assim já não soa tão mal pois não?

A verdade é que somos incapazes de interromper a papa ou o biberon dos nossos filhos a meio porque estamos atrasados ou dar-lhes um quarto da dose que precisam porque não há tempo. Mas quando falamos do sono já não é bem assim. Deixar um bebé sem comer o dia todo é impensável mas se não conseguir dormir já não é tão mau.

Queremos chamar a atenção a todas as mães e pais que dormir bem é essencial para o bom desenvolvimento do bebé e da criança. Dormir é uma necessidade básica tão importante como comer.
NÃO DEIXE O SONO DO SEU FILHO PARA SEGUNDO PLANO.

O seu filho não é chato

Tem um bebé que só quer colo? Ele chora se está sozinho? Pô-lo a dormir é uma tarefa demorada e às vezes não conseguida? O seu filho não sabe lidar com a frustração? Chora com mais frequência que os filhos das suas amigas?

Quando os pais vêm ter connosco ouvimos muito a expressão “este é dos chatos”, porque associam estes comportamentos à personalidade deles. É certo que há feitios diferentes, e crianças mais tolerantes que outras. No entanto, também nos apercebemos ao longo deste tempo a lidar com bebés que, por vezes, os bebés estão mais difíceis porque estão a tentar falar com os pais, estão a pedir ajuda, estão a tentar pedir alterações no dia-a-dia deles.

Vamo-nos focar mais nestas alterações, do que no facto de eles terem sim personalidade desde que nascem. Se conseguirmos equilibrar todos os ritmos do nosso bebé, mais facilmente controlamos também os desafios do feitio deles.

Como temos vindo a dizer é muito importante que os bebés tenham todas as suas necessidades asseguradas. Um bebé para estar bem precisa de ter tempo de qualidade com os pais, com muito mimo, precisa de ser bem alimentado, precisa de ter actividades apropriadas à idade e interessantes ao longo do seu dia, e precisa, sem dúvida, de ter horas de sono adequadas sempre à sua idade e tamanho.

Uma criança que não durma o suficiente pode facilmente ser confundida com um bebé com um feitio chato. É uma criança que chora com facilidade, que requer muita atenção do adulto, seja para estar presente no mesmo espaço ou mesmo para estar no colo, dificilmente sabe lidar com a frustração e, em alguns casos, parece uma criança hiperactiva, na medida em que está sempre elétrica, que acaba por confundir muito os pais porque parece que nunca tem sono. Os bebés precisam de dormir, mesmo quando não parecem. Os bebés gostam de dormir, quando são ensinados a fazê-lo. Os bebés precisam de dormir muito mais do que nós pensamos. Embora em algumas casas pareça impossível, nos primeiros tempos de vida um bebé deve de facto passar quase todo o tempo a dormir.

O que acontece a um adulto se passa uns dias a dormir menos que o habitual? Ficamos cansados, menos tolerantes, com menos paciência para lidar com as pessoas, mesmo as de quem mais gostamos. E, nos casos mais graves, o cansaço acumulado é tanto que ficamos elétricos, com dificuldade em fechar os olhos e descansar. Com os bebés também isto acontece. Se dormem menos que aquilo que o organismo precisa, também eles ficam chatos!

É certo que esta tarefa de decifrar um ser tão pequenino, que pouco conhecemos, é difícil, às vezes impossível mesmo. Mas lembremo-nos que a maneira de um bebé comunicar é com o choro. Se o seu filho chora demasiado, impedindo minimamente a sua autonomia, desconfie. Ele pode estar a querer dizer alguma coisa.

Os sinais de sono

 

Como percebo que o meu filho tem sono? Quais os sinais que dá? Como é que passa de ter sono a estar exausto? Qual a melhor altura para o pôr na cama?

Sabemos que nos primeiros meses pode ser muito difícil perceber tudo o que o bebé quer ou sente e,  que muitas vezes, vamos  por tentativa erro até conseguirmos que fique tranquilo. Isto é normal. Os primeiros tempos são mesmo assim. É um período de conhecimento mutuo onde pais e bebé constroem a sua relação, aprendem a ler e interpretar os sinais e as respostas um do outro. É neste momento que os pais aprendem a ler os sinais daquele bebé único, que sons faz quando está com fome, como esfrega os olhos quando tem sono, qual é o seu choro de dor, a sua expressão de desconforto ou mesmo o seu choro quando precisa de colo.

É muito importante percebermos que os sinais que o bebé nos dá são a única forma que este tem de comunicar.

Esta semana gostávamos de nos focar nos sinais de sono.

Como percebo que o meu filho tem sono? Que sinais dá?

Apesar de sabermos que cada bebé é único e como tal tem a sua linguagem própria, há alguns sinais que são comuns à maioria dos bebés:

– Esfrega os olhos, as orelhas, ou mesmo a cara

– Vira a cara para o lado oposto do estimulo que o estava a distrair

– Boceja, soluça, ou espirra com frequência

– Choraminga e mexe o corpo, que vai aumentando consoante o cansaço

– Não quer ser deixado no chão, ou mesmo na cama, pedindo sempre o colo

– Não se consegue focar na mesma brincadeira mudando de actividade constantemente

– Fica cheio de energia, muito agitado, sempre dum lado para o outro

Como evoluem os sinais de sono? Em que altura devo por o meu filho na cama?

A verdade é que muitas vezes os primeiros sinais de sono passam despercebidos e quando percebemos que o nosso filho está a correr sem parar pela casa e a trocar de brinquedo constantemente não associamos logo a sono. Dizemos que está cheio de energia ou então rabugento. Mas é importante ter em mente que os sinais de sono aparecem progressivamente, dos mais discretos para a agitação continua e que quanto mais cedo nos apercebermos mais fácil vai ser a transição para o sono. Um bebé muito agitado tem mais dificuldade em adormecer. Leva mais tempo a ser tranquilizado.

O ideal é estar atento aos sinais do bebé e levá-lo para o quarto aos primeiros sinais de sono. Se pusermos o bebé com sono mas ainda tranquilo na cama, será muito mais fácil que adormeça rapidamente, sem muita agitação e que tenha um sono de qualidade. Pelo contrário, se deixarmos o bebé chegar a um estado de cansaço extremo, vai ser mais difícil acalmá-lo e deixa-lo tranquilo o suficiente para que adormeça facilmente e sem luta. E mesmo quando adormece rapidamente é provável que volte a despertar pouco tempo depois por estar muito agitado.

Como orientar o dia de um recém-nascido?

       Quando ainda estamos no hospital, depois de termos um bebé, parece tudo mais simples e organizado do que as primeiras semanas em nossa casa. De facto os primeiros tempos podem ser bastante caóticos. Os bebés não vêm com horários nem com legendas. Mas ainda bem que assim o é, podemos nós descobrir isso tudo sozinhos, ao nosso ritmo.

      Quando estamos com recentes pais gostamos sempre de perceber a dinâmica familiar, como se organizam e como mantém as cabeças o mais tranquilas possível. Embora cada casa descubra como prefere moldar as rotinas, há uma estrutura do dia que gostamos de sugerir aos pais. Não temos horários específicos para dar de mamar, ou biberon, dar banho, ou mesmo dar colo. Mas achamos importante falar da ordem dos acontecimentos.

       Os primeiros meses são muito importantes do ponto de vista de aprendizagens do bebé. Esta fase serve para que ele conheça os pais, os pais a ele, e que hábitos devem ter uns com os outros. É uma altura óptima para lhe ensinarmos bons hábitos. Por esta razão damos ênfase à ordem das actividades diárias. O bebé acorda, deve ser alimentado, depois ter tempo de actividade, e, quando der sinais de sono, voltar a ser colocado para dormir. Se assim for habituado vai ser mais fácil para que não crie más associações. Ou seja, se mamar, ou beber biberon, mal acorde, vai estar desperto para comer tudo o que precisa, e não vai ter tendência em adormecer a meio. Se o deixarmos habituar a comer antes de ir dormir há mais probabilidade que coma menos, e passado pouco tempo, enquanto deveria estar a dormir, vai acordar a pedir para ser alimentado novamente. Isto vai desregular por completo as necessidades de ser alimentado, assim como o tempo que precisa para estar a dormir. A ideia não é ter um alarme no telemóvel a avisar que são horas para dar de comer, mas sim um esquema mental que permita ao bebé estar bem acordado quando for horas de comer, e estar bem alimentado quando precisar de dormir.

       Assim sendo estamos também a proteger os nossos filhos das más associações para adormecer. Um bebé que adormeça a mamar, ou a beber biberon, aprende que precisa desse conforto para dormir. Depois de um tempo ganha esse hábito e, cada vez que quiser adormecer, seja durante o dia ou a meio da noite, vai pedir leite porque foi isso que aprendeu. À medida que os meses vão passando este hábito torna-se cada vez mais cansativo para os pais, e prejudica a qualidade do sono dos filhos.

Porque é que é tão importante estar atento aos sinais do seu bebé?

Sempre que falamos com pais de recém-nascidos repetimos vezes sem conta “Esteja atento aos sinais do seu bebé”. E porque é que é tão importante ouvirmos o nosso bebé, compreendê-lo e responder de forma consistente e adequada? Todos os bebés são diferentes e cada um tem a sua maneira de comunicar, mas é certo que desde o inicio nos mostram tudo aquilo que sentem e que precisam através dos seus sinais. Esta comunicação pais-bebé vai ser determinante no estabelecimento da relação e na segurança do bebé.

Sabemos que nos primeiros meses pode ser muito difícil perceber tudo o que o bebé quer ou sente e,  que muitas vezes, vamos  por tentativa erro até conseguirmos que fique tranquilo. Não tem mal nenhum. Os primeiros tempos são mesmo assim. É um período de conhecimento mutuo onde pais e bebé constroem a sua relação, aprendem a ler e interpretar os sinais e as respostas um do outro. É neste momento que os pais aprendem a ler os sinais daquele bebé único, que sons faz quando está com fome, como esfrega os olhos quando tem sono, qual é o seu choro de dor, a sua expressão de desconforto ou mesmo o seu choro quando precisa de colo.

Esta aprendizagem vai ser determinante na relação mãe-bebé, pai-bebé.

É muito importante percebermos que os sinais que o bebé nos dá , são a única forma que este tem de comunicar. OS seus sons,  os gestos, o choro, são as formas que usa para nos dizer aquilo que sente e aquilo  de que precisa. E a nós pais, cabe ler esses sinais e responder da melhor forma que sabemos.

É neste jogo de comunicação, sinal-resposta, que se estabelece a relação. É aqui que o bebé ganha a sua confiança no outro e no mundo que o rodeia. É ao mostrar o que sente e ser compreendido que ganha segurança. É na consistência da resposta que lhe damos. É ao perceber que quando tem fome lhe damos de comer, quando tem sono o pomos a dormir, quando quer mimo o pegamos ao colo e que o percebemos,  o acalmamos e o confortamos sempre.

E é por esta razão que pedimos tantas vezes para os pais estarem atentos aos sinais do seu bebé. Ele vai nos mostrar tudo aquilo que precisamos saber. Cada bebé é único e por isso devemos esquecer as tabelas, os livros e os filhos das amigas e focarmo-nos no nosso bebé e no que ele nos diz. Não nos podemos esquecer que nós conhecemos o nosso filho melhor do que ninguém.

 

Porque é que é tão importante por o bebé no berço tranquilo, seguro mas ainda acordado?

Cada vez mais se defende que o bebé deve ir para a cama aos primeiros sinais de sono e ainda acordado. Esta atitude é a certa mas como devemos fazer isto? Como interpretar bem os sinais que o bebé nos dá? Qual a importância do bebé estar seguro e calmo na hora de dormir? Porque é tão importante que a criança vá para o berço ainda acordada?

Em primeiro lugar, é realmente muito importante estar atento aos sinais do nosso filho e perceber quando começa a mostrar que está cansado e que são horas de ir para a cama. Mas quando chega essa altura, pô-lo no berço e sair, na maioria das vezes, não resulta! O bebé precisa de perceber que são horas de dormir e, para isso, quando percebemos que está com sono, devemos pegar nele calmamente, mudá-lo para o ambiente onde vai dormir, alterar o tom de voz, legendar o que está a acontecer, de forma a que gradualmente vá baixando os níveis de estimulo e fique pronto para adormecer.

Também é muito importante perceber que para um bebé adormecer deve estar tranquilo e seguro porque um bebé não se acalma sozinho! Ou seja, se pusermos um bebé exausto, super estimulado ou a chorar na cama, este não tem a capacidade de perceber que tem que se acalmar, baixando os níveis de stress para ficar tranquilo e conseguir adormecer. Essa capacidade de nos auto acalmarmos só se desenvolve muito mais tarde.

Vamos imaginar que estamos numa situação de stress. O que fazemos? Respiramos fundo, bebemos água, pensamos “para dentro” que temos que nos acalmar, ligamos a alguém, racionalizamos a situação. Um bebé não tem essa capacidade. Se o pusermos na cama muito agitado, zangado, a chorar e o deixarmos lá sozinho, ele não se consegue acalmar, respirar fundo ou pensar melhor na situação. Cabe a nós, pais, tranquilizá-lo e dar-lhe a segurança de que precisa para adormecer.

E porque é que é tão importante que o bebé aprenda a adormecer sozinho?

 

Ao habituarmos o nosso filho a adormecer ao colo, a ser embalado, a mamar, ou outras associações, estamos a ensiná-lo, a longo prazo,  que precisa de outra pessoa na hora de dormir e ainda estamos a dar-lhe a ideia de que não é seguro estar sozinho na sua cama. É esperado que uma criança que sempre adormeceu a mamar ou ao colo a ser embalado ou na cama dos pais, nos chame cada vez que acorda a pedir aquilo de que precisa e que está habituado para voltar a adormecer. Não é nada de estranho, pois na verdade, adormecer com essa “ajuda”, é a única maneira que conhece para o fazer. Sem sabermos, estamos a criar aquilo a que chamamos “más associações“. Com essas más associações, estamos a ensinar à criança que depende de alguém para adormecer quando, pelo contrário, queremos é que o nosso filho seja capaz de adormecer sozinho, assegurando que está tranquilo e seguro quando o pomos no berço.

 

 

 

 

 

Porque é que a relação com os pais influencia o sono dos filhos?

Como é que uma necessidade tão básica como dormir depende tanto de uma necessidade tão complexa como estar com os pais?

Enquanto psicólogas não podemos dissociar as duas ideias. Dormir parece-nos um acto simples, mas depende de vários factores, como já temos aqui falado. E aquele mais difícil de compreender, por não ser quantificável, é o tempo de qualidade que os bebés passam com os pais.

Para um bebé ser capaz de fechar os olhos e descansar durante longos períodos de tempo tem que se sentir seguro, tem que sentir que enquanto está de olhos fechados tudo o resto está assegurado, tem que sentir que quando acordar os pais vão lá estar para ele como sempre. Ou seja, a criança sabe que mesmo a dormir o ambiente está seguro, está confiante de que os pais estão por perto se precisar deles e que o ajudam se for preciso. Mas esta confiança é conquistada com o tempo e com consistência. É no dia-a-dia com os pais que o bebé aprende que eles o protegem e, acima de tudo, gostam dele sempre, mesmo quando não os vê ou quando está a dormir. O bebé aprende a confiar nos seus cuidadores quando existe coerência e consistência na relação, quando o alimentam quando tem fome, quando lhe dão banho, quando brincam com ele, quando o põe a dormir sempre que ele precisa, quando mostram que se dedicam e se preocupam com as suas necessidades.

Pode-nos parecer que são actos básicos que temos com os nossos filhos, mas são esses actos que os ensinam que gostamos deles! É o equilíbrio entre as tarefas diárias e o afecto que os ensina que nos preocupamos com o bem-estar deles. Nunca é demais dar colo e mimo, brincar, conversar, dar atenção. Os nossos filhos precisam de tempo de qualidade connosco, sejam bebés, em que pedem colo e abraços, sejam mais crescidos em que pedem que estejamos no chão a brincar aos comboios e às princesas.